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ARTE

quarta-feira, 2 de junho de 2010

LUÍS FILIPE CASTRO MENDES (1950) - APENAS UM SONETO






O delicado desejo que te doura
e nos dura na pele quando anoitece
é contra a nossa vida que se tece
e é no verso que vive e se demora.

Amor que não tivémos nem nos teve
veio-nos chamar agora. De repente
Fez-se névoa a palavra do presente
e luz teu corpo que toquei de leve.

Mas se arde na memória da canção
o corpo que me deste e me fugiste,
o verso é outro modo de traição

por que minto ao que nunca tu mentiste.
E enganamos assim o coração,
disfarçando de mitos o que existe.

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